domingo, 14 de dezembro de 2008

Seios

A memória dos meus seios
Entrelaçam as cordas dos gemidos.

Despidos são a purificação dos troncos.
Vestidos são as chamas dos cegos.

Desagua a Alma das flutuações,
A nudez da vibração dos vulcões,
Arrepiar frenético das provocações.

Olhar a sepultura da sensualidade
Pedaço a pedaço,
Tocar a motivação de entranhar
Gota a gota.

A memória dos meus seios
Recortam os filamentos dos esquecidos.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Duplicidade

Escorre o leito do meu seio
A flagelar o sangue.
Castrar as veias,
Do imponente pénis
Inspiram a cadência, demência.


Vislumbrar gemidos,
Inquietar os momentos sorvidos
Ao retomar a cerimónia.
A luz quebra a ceia,
Atrela a rebeldia
Junto do desassossego vibrante,
Fortalece a suspeita
Marginal da depravação luxuriosa.

Escorregar nudez,
Ornamentar o reacender
Dum mergulho de pânico;
Sinto a decapitação do som,
Um espírito esfomeado
Na matéria ensanguentada de sémen.
Esta duplicidade sacia a Alma
A quem a harmonia cintila,
Quem deseja culminar
O sussurro na perpetuação.
Intensidade penetrante
Até ficar soterrado
Do que de mim germina,
Flutuação de sangue e sémen
Consome o que devorado treme…

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Masturbação

Respinga o pingar
Canta o cantarolar
Enrola o que rola
Chuviscos de chuva

Sinto a energia a fluir
Respinga
Sinfonia intensa
Canta
Movimentos vibrantes
Enrola
Pluviosidade caótica
Chuviscos

A cada instante
Ouve-se o trovejar...
Num momento anterior
Contrai-se o dilatar...
Na divagação
Explodem sensações...

Recai o sopro na masturbação,
Num fulgor guardado pela escuridão.
Recai a oscilação
Num ardor incessante.

Brota o sémen...
Cataratas empolgantes
A estremecer.

domingo, 23 de novembro de 2008

Dedilhar

I

Estou onde não estou
Proveniente do interior
Seduzido pela provocação
Estou onde tenho que estar


II

Decapitar o pénis degolado
Pedra preciosa
Descai...
Ferve o odor


III

Congregar a assustadora
Sede de saciar-me
Sonolência
Ao vislumbrar o licor


IV

Impulso excitado
Confidências menstruadas
Pesadelo sensual
Profana o Ser


V

São trovões arrepiados
Infantis movimentos
Embriagados pelo gemido
A irradiar nudez


VI

Virgindade roça
Pedaços doados.
Oferecer amedrontadas
Vocações despidas


VII

A fé expiada
Não é pura

A fé roubada
Não é pura

A fé nua
Não é pura

A fé apenas anda descalça
Na colmeia dos baús

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Combate Embriagante

I


Posso ser o seguinte?

Vou polir a pele do suor, abrir a cave do som histérico.
Engasgo-me no último suspiro das provocações


II


Revisitar o visitante e esmagar
A respiração num espaço ínfimo.


Perfura-se a descolagem
Dentro da ilusão. Sentes?


Estou preocupado com duas coisas:
A descolagem e o visitante.


Do visitante espero que tenha um deslocamento
Despreocupado.
Despido de preferência sem
O antitudo do veneno.

Da descolagem não espero
Um corredor livre. Talvez um colapso
Até à gruta do erotismo.

É deprimente o estado
De ansiedade da pele...


III


Onde está o ruído do caos?
Humm... Sacrifício? Mutilação?
Destruição? Renascimento?

Está onde menos se espera.
No lugar conhecido por...
Pétala.


IV


Tudo o que se recolhe
Tem fragmentos estilhaçados.
Gaveta por gaveta a Alma despe-se.
Um pesadelo delicioso
Fica invisível ao olhar,
Visível à penetração dos sentimentos.

Chega o silêncio,
Ouve-se os gemidos.


V


Insónias de danças...
Invado meus lábios hoje?

Insónias de avalanches...
Invado a transpiração hoje?

Luz... escuridão...
Luz...escuridão...
Insónias



VI


Alucinação

O esquecimento na esquina

Assombradas árvores nuas

Dão-se

Nada

Quase nada

Transparente

Alucinação


VII

Força embriagante da penetração

Som viajante
Destino empolgante

Gota a gota...
Gotas suplicantes.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Introspecção mergulhada no Ser,
intimamente escavado ao pormenor.
As saliências sobrevivem
com a essência despida,
tão nua que refresca
o odor da metamorfose.

Acerca de mim